Eu gosto de quando nossos olhares se encontram. Foi justo sobre isso que você escreveu, afinal: minha pupila dilata desde os primeiros dias e já descobrimos porque. Foi antes de eu dizer, em meio tom, que eu tô me apaixonando. Antes de oralizar, meu corpo já escapou cada letra desse tanto que não cabe e vira e vira aperto, som, hematoma, gemido. Quando vejo, escorro pelos meus dedos, pelos seus dedos e já não sei mais tanto de mim.
Lua cheia em Capricórnio: e que eu não perca o foco. Você me ajuda? Subir a montanha com as próprias patas? Não é a toa que eu moro no pé do Lampião. Look around: e quando percebo, congelou mais uma vez em eu e você. E eu já imaginei alguns países, alguns km também. Percorro cada centímetro do seu corpo que é também tempo. Ele não perdoa e já é madrugada, amanhã a gente acorda cedo.
Pelada, na sua cama, eu me acabo!
E eu torço pela sua satisfação ser do tamanho da minha.
Sua voz da voltas na minha cabeça, tonteia. Planetas no estômago custam a retomar suas órbitas, você me entende? E cada vez que a gente se beija é um sistema todo novo, com suas estrelas que ainda brilham, seus cometas que ainda correm, seus buracos que ainda engolem. Gravidade!
Você é uma constelação que eu ainda não reconheço no céu sem meus aplicativos de celular, mas eu gosto viu? E eu me comprometo a estudar um pouco mais. Deixar o silêncio fazer morada na noite e abraçar a gente. O sono demora, mas vem. E amanhã a gente acorda juntas, ainda bem.
